O skate é o segundo esporte mais praticado no Brasil e mesmo assim a divulgação é muito escassa. A mídia raramente transmite campeonatos importantes em televisão aberta e os resultados são encontrados apenas por àqueles que têm interesse no esporte. “Dinheiro sempre responde essas questões. O retorno com o futebol, por exemplo, é bem maior, por isso o divulgam”, explica o professor de educação física e skatista, Marcos Pesch.
O atleta começou a se interessar pelo skate no início dos anos 80, quando o esporte era pouquíssimo divulgado. “Sempre gostei de esportes individuais, como por exemplo, a corrida e a bicicleta. O skate seguiu essa lógica e comecei a praticar em 1985”, completa.
Marcos já praticou skate profissional participando, até o ano de 2002, de competições, como, o Circuito Brasileiro Profissional de Skate. Porém, o skatista não acredita que o esporte deveria ser olímpico. “Não acho que o skate tem uma visão de expressão cultural. Para mim, isso iria podar os praticantes, tirando um dos princípios básicos do skate, que é a liberdade”, ressalta.
A falta de patrocínio relacionada a esse esporte é muito prejudicial aos atletas que tem como objetivo se profissionalizar. Entretanto, esse é um problema referente a praticamente todos os esportes, tirando o futebol, que é visto como um esporte de “paixão nacional”.
O Brasil também não oferece uma boa infraestrutura para os praticantes desse esporte. “Faltam pistas de qualidade, apoio e incentivo das marcas que se dizem de skate, sem falar no governo. Todos visam o próprio lucro, sem pensar em qualquer retorno ao skate”, conta Marcos.
Um dos grandes problemas do skate é ser visto como um lazer e não um esporte, que envolve competições, premiações, entre outros. Segundo o skatista, essa “nova visão” tem que começar da base. “As marcas de skate têm que receber amparo ou incentivo fiscal do governo para poder apoiar mais eventos, sejam grandes ou pequenos. O governo tem que olhar o skate como uma grande ferramenta de inclusão do jovem ao mundo do esporte. O skatista profissional tem que se valorizar mais. Muita coisa tem que mudar, porém a clássica burocracia tende a desanimar todo esse processo”, explica Marcos.
Não existe uma “receita” certa para ensinar ao jovem que sonha em ser skatista profissional. Segundo o skatista, andar de skate é diferente de todos os outros esportes, para aprender é necessário praticar. “Alguns esportes se assemelham e podem trazer uma pequena vantagem para quem já os praticou, como o surf e o snowboard”, completa.
A dedicação e a paixão pelo esporte se complementam e contribuem para uma boa perfomance. “O atleta precisa se dedicar realmente ao skate. Vai machucar bastante, mas a evolução, infelizmente, começa assim. É importante treinar todos os dias se possível, complementar com bicicleta e corrida para melhorar as funções cardiorespiratórias. Alongamentos são muito importantes, pois muitas manobras exigem um corpo flexível”, finaliza Marcos.